Fecha os olhos e imagina uma praia. Não, não é para fechar os olhos agora senão você não consegue ler o resto do texto. Mas imagina que você fecha os olhos e imagina uma praia. Areia branca, mar azul e nenhuma construção ou carro por perto, só coqueiros e o som de gaivotas. Você se prepara para encher os pulmões com a mais pura brisa marinha, e não aquela versão em spray que borrifam no banheiro e que acaba enchendo os seus pulmões com brisa da estação de tratamento de esgoto. E aí com um assopro bem forte que chega comprime os seus músculos lombares, você expele todo o ar alojado na sua caixa torácica, inclusive uma pequena catota que habitava na sua narina esquerda há alguns dias. Na seqüência, em posição quase fetal, você puxa aquele ar puro com tudo, passando por todas as posturas da escala evolutiva do ser humano até chegar ao do Homo Sapiens. Nesse momento o seu sistema respiratório triplicou de tamanho e de tão forte a sua inspiração, além do H2O, dois borrachudos encontraram na sua faringe um local perfeito para perpetuar a espécie.
Mas e daí? Você deve perguntar. E daí que agora você tem uma exclusiva voz com zunido e não pegou prisão perpétua por afundar o crânio do seu chefe com um grampeador depois que ele passou um trabalho às 18h de uma sexta-feira para entregar às 9h30 de segunda.
Só que essa técnica de imaginar não é só um meio de auto-controle à situações adversas. Vai muito além disso. É criar um mundo a sua volta. E o mais desafiador, sem o uso de substâncias ilícitas. Durante a semana.
Mas que fique claro que isso não quer dizer que você agora é um mini-Deus e vai passar a ter seguidores e abrir uma franquia do maior Call Center do universo para atender todos os pedidos, reclamações e Ave Marias. Não, criar um mundo pode ser simplesmente enxergar o que já existe de uma maneira diferente. Um trabalho criticado ou reprovado, por exemplo, não significa que você é um fracasso e deve repensar a sua vida porque está na profissão errada. Significa uma oportunidade de fazer melhor e de ir além do que você está acostumado a fazer e sempre acreditou que estava bom. É um alerta: “Atenção, hora de inovar! Atenção, hora de inovar!”. E é isso, no mesmo mundo você pode ser um eterno injustiçado, ou alguém que percebe dicas para crescer. Porque independente da carreira que optou seguir, tem um jornalista dentro de você que pode abordar a notícia dentro de um contexto e passar o sentido maior que ela tem. Ou isolar a notícia e deixá-la sensacionalista para chamar atenção.
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