A Copa do Mundo está aí. Todos já começam a se equipar com apetrechos verde e amarelos de todas as espécies, de camisa a camisinha. E junto com o maior espetáculo esportivo da terra vêm aquelas críticas de sociólogos, antropólogos, psicólogos e diversos outros “ólogos”, que assim como o patriotismo, resolvem aparecer de quatro em quatro anos.
O tema abordado é basicamente o mesmo: o esquecimento dos problemas do País em decorrência da euforia exacerbada que o evento provoca. E qual o problema com isso? Esperavam que a euforia fosse a mesma com a absolvição de mais um deputado do Valérioduto pelos seus colegas? Ou talvez o anúncio da auto-suficiência do País em petróleo que para deixar o nosso sorriso ainda mais aberto traz de brinde mais um aumento na gasolina?
Com estas notícias tão animadoras quanto o Zorra Total, nada mais justo que ter uma Copa do Mundo para se distrair, é o mínimo para quem só pode assistir a rede balançar e não balançar na rede à beira de uma praia.
Realmente acontece uma alienação neste período, jogadas por debaixo dos panos dão lugar às jogadas por debaixo das pernas, o soco na parede é trocado pelo soco no ar e assim vai. Até nove de julho, quando a copa termina e todos voltamos à realidade. Um mundo em que o único replay é a carta de cobrança do seu cartão de crédito. E motivos para pular só quando chega a hora de você descer do ônibus. Mas uma coisa é verdade, podemos até deixar os problemas de lado nesse mês de emoção, contudo, não esquecê-los. Porque na seqüência vem outro evento que também acontece quadrianualmente, atletas que fazem o que querem com a bola nos pés, abrem caminho para políticos que fazem o que querem com a verba nas mãos.
Pela esquerda, pela direita ou pelo meio dá no mesmo, os investimentos não chegam na gente, sempre param no meio de campo, fominha, que só distribue as boladas para sua panelinha. Em um jogo em que não existe impedimento, e o juiz apita somente à favor. Assim fica fácil ganhar: propina, caixa dois e benefícios. Enquanto a gente perde um lance decisivo do jogo porque acabou a luz em decorrência de uma rede elétrica sem manutenção.
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