Qual a graça de realizar missões mirabolantes e nenhuma viva alma saber? É o mesmo que dormir com a Gisele Bünchen e não contar para ninguém. Ou seja, não vale de nada.
O fato é que muito mais importante do que a satisfação e a lembrança de determinada conquista, é o reconhecimento que você tem das pessoas. Daí a frustração, ou então o total desprendimento do agente secreto em relação à opinião alheia. Imagina só você enfrentar situações de alta periculosidade, arriscar a vida, a cada dia protagonizar um filme do 007, sem dublê, e não receber nem um tapinha nas costas como recompensa. Eu me pergunto como fica a auto-estima do sujeito nesta história, ou será que contratam só pessoas cheias de si, metidas, que se acham e não sentem a mínima necessidade de elogios. Pessoas com egos tão inflados que fazem até os publicitários mais premiados se passarem por humildes.
Vivemos num mundo onde vale tudo para chamar atenção, até repetir as piadas da Praça É Nossa e fazer aquelas brincadeirinhas agradabilíssimas, típicas das repartições públicas, que os engraçadinhos fazem como se fosse uma grande descoberta: “Vai dar para você ir?”, “Vou ir sem dar mesmo!”. De brinde você ainda leva aquela gargalhada forçada no final o que, como nas comédias enlatadas americanas, avisa que é para rir.
Necessitamos de atenção, de elogios, como fica uma mulher que se produz toda, se maqueia, faz luzes e escova no cabelo, pé e mão, depilação e fica horas numa luta descomunal entre os dois centímetros de quadril recém-ganhos e a calça jeans número 38, e no final de tudo não ouve nem um: “Nossa, que linda!”. É passível de suicídio em certos casos, depressão e greve sexual, no mínimo.
A conclusão é que o agente secreto é o maior exemplo vivo de auto-suficiência, mais até do que o Marilyn Manson que retirou suas costelas inferiores para se realizar com o auto-felátil. Leia-se: sexo oral nele mesmo.
Então, sigamos mais a filosofia de vida dos mineiros e menos a das socialites: vamos todos comer quietos. Até porque é falta de educação comer com a boca aberta.
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